segunda-feira, 29 de abril de 2013

Cientistas explicam voo de milhares de quilômetros das borboletas monarcas.


Cientistas explicam voo de milhares de quilômetros das borboletas monarcas.

Pesquisadores descobriram que os insetos não possuem um senso natural de localização, mas usam pontos de referência para se guiar durante migração.

Durante os meses de inverno, as borboletas monarcas costumam migrar das terras mais frias do Canadá e Estados Unidos em direção às regiões mais quentes do México (Thinkstock)

Todos os outonos, milhões de borboletas monarcas (Danaus plexippus) iniciam uma viagem de até 4.000 quilômetros em direção ao sul. Elas saem das regiões mais frias nos Estados Unidos e Canadá em direção a santuários localizados no planalto central mexicano. O mecanismo usado pelas borboletas para se guiar durante seus voos sempre intrigou os cientistas, principalmente porque elas só fazem a viagem uma vez na vida. De acordo com um novo estudo publicado nesta segunda-feira na revista PNAS, elas são capazes de se locomover sem possuir um senso interno de localização, mas se guiando por pontos de referência no solo.
Ao analisar as grandes distâncias percorridas pelas borboletas, os pesquisadores pensavam que que elas eram "verdadeiros navegadores", ou seja, possuíam um senso de orientação baseado em uma bússola e um mapa internos, como acontece com algumas aves migratórias. Assim, elas seriam capazes não só de saber para qual direção voar, mas também conseguiriam determinar sua localização atual em relação ao destino final. "Os cientistas sabem há algum tempo que as borboletas monarcas usam pistas externas, como o sol e os campos magnéticos, como uma espécie de bússola que ajuda a indicar sua latitude. Mas, para ter um mapa interno, elas também precisam ter conhecimento da longitude", disse Ryan Norris, biólogo da Universidade de Guelph, no Canadá.

Para descobrir se as borboletas podiam detectar naturalmente mudanças de longitude, os pesquisadores examinaram seu padrão de voo em simuladores localizados na cidade de Guelph, no leste do Canadá. Após o final dos testes, as mesmas borboletas foram transportadas até a cidade de Calgary, 2.500 quilômetros em direção ao oeste. "As monarcas que estudamos em Guelph voaram em direção ao sudoeste, voltadas para o México. Quando as testamos em Calgary, elas voaram na mesma direção, como se não soubessem que haviam sido deslocadas 2.500 quilômetros", disse Rachael Derbyshire, pesquisadora da Universidade de Guelph responsável pelo estudo. 

Ao mostrar que as borboletas não eram capazes de saber que foram deslocadas, os pesquisadores provaram que elas possuíam o compasso natural, que guiava a direção para a qual elas deveriam ir, mas não o mapa. Para descobrir como elas, de fato, se localizavam, os pesquisadores tiveram de analisar dados coletados durante mais de 50 anos — de 1952 a 2004 — de estudos sobre a migração da borboleta.

Assim, descobriram que as monarcas não usam um mapa interno, mas baseiam seu voo em pontos de referência no solo, como as montanhas e o desenho do litoral. "Dada a dificuldade dessa jornada migratória e o fato de esses insetos pesarem menos de um grama, eles usam um sistema incrivelmente simples para viajar milhares de quilômetros em direção a uma região em que nunca estiveram", disse Norris.
Fonte: Revista Veja (09/04/2013)

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Animais extintos de volta à vida

Animais extintos de volta à vida

Na edição de abril de 2013 de NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL cientistas debatem a polêmica ideia de ressuscitar espécies que deixaram de existir.


A possibilidade de trazer espécies extintas de volta à vida é real. Novas técnicas de clonagem e os avanços na biologia molecular permitem a reconstrução do genoma de animais que deixaram de existir há dezenas de milhares de anos. E, com isso, abrem espaço para um novo campo da ciência, a chamada desextinção.
Mas a questão é polêmica. Será que devemos mesmo resgatar espécies que já foram extintas? As causas da extinção são conhecidas e podem ser corrigidas? A reintroduçãoao habitat natural seria possível? Quais seriam as consequências para os animais que ainda estão por aqui? E, por fim, por que utilizar recursos para projetos de desextinção se podemos investir na conservação de espécies atuais ameaçadas?
A reportagem "De volta à vida" aborda todos esses aspectos e conta a históriade Célia, a última íbex-dos-pirineus (Capra pyrenaica pyrenaica), que morreu no ano 2000. Três anos depois, a partir de seu DNA, um clone foi gerado, mas ele resistiu apenas dez minutos. Os projetos de desextinção do mamute (Mammuthus primigenius),da rã-de-geração-gástrica (Rheobatrachussp.)e do pombo-passageiro (Ectopistes migratorius) também são apresentados, assim como as técnicas necessárias para trazer esses animais de volta.
por Fábio PaschoalFonte: NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL